sábado, 9 de outubro de 2021

Novas cotas

Escrito originalmente em 17/08/2006 - Ironia presente em todo o texto (porque temos leitores que podem não entender e são escaldados que só).

Cansei de criticar o modus operandi das cotas. Acredito que sou voto vencido ao afirmar que o sistema educacional brasileiro se tornou um enorme sistema de disparidades e preguiça. Por isso, vou iniciar uma luta por mias cotas que abrangerão todo o tipo de marginalizados de nossa sociedade.

Então, senhoras e senhores, me acompanhem nesses tópicos divertidos sobre o que podemos fazer para tornar o acesso à educação mais rápido e não propor mais nada além disso:

  1. Cota de 2% de nipo-descendentes em grupos de pagode;
  2. Cota de 1% de brancos e de 1% de homossexuais em times de futebol de bairros;
  3. Cota de 5% de surdos em telemarketing televisivo;
  4. Cota de 2% de mulheres que usam chapinha ou progressiva, de qualquer cor e sabor, para as cozinhas de restaurantes;
  5. Cota para 15% de evangélicos em casas de artigos religiosos relacionados a religiões de matriz africana, terreiros e sacrifícios rituais;
  6. Cota de 10% de cegos nos treinamentos para atiradores de elite;
  7. Cota de 25% de aposentados em casas de massagem;
  8. Cota de 10 de pessoas honestas na política em todas as autarquias;
  9. Cota de 5% de profissionais do sexo em programas infantis de TV;
  10. Cota de 2% de freiras e padres em filmes pornográficos;
  11. Cota de 10% de pessoas que não possuam uma das mãos em cursos de digitação;
  12. Cota de 5% de pessoas que não possuam uma das pernas (sem possibilidade de prótese) em disputas de patinação artística no gelo;
  13. Cota para 2% de pessoas com calvície em fábricas de manufatura de miojo.

A política de cotas brasileira tem algumas questões completamente disparatadas. Não falo aqui de cotas que se relacionam a questões de etnias ou sociais. Essas cotas são importantes enquanto o Ensino não for 100% público e gerenciado de forma séria. As mazelas sociais no Brasil não são resolvidas pelo Governo Federal pelo simples fato de o Governo Federal ter pouco poder de fato no que tange a essa esfera.

A taxação de ricos e melhor taxação de empresas (mesmo as religiosas) poderia amenizar o problema, mas isso passa como repasse de verbas, pois quem gerencia o chamado "Ensino Básico" são as Prefeituras e Governos de Estado. Enquanto o nosso tecido social mostra que irá se decompor com um retorno de um governo mais servil aos EUA e a outros países, resta a esperança de que pouco a pouco, a distância entre ricos e pobres diminua em todos os níveis.

A esperança é a última que morre, certo?


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